sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Nem tudo anda para trás Os sinos não tocam mais canções E as lembranças ainda comigo vagueiam. Levo no tempo a saudade de tudo que não vi, Mas nem por isso deixaram de existir Ao meu lado ou à minha frente. Algumas canções apenas se fizeram ouvir Longe, muito longe, de mim e do mundo. O vento as trazia das distâncias, Dos lugares longínquos da terra E da minha memória já tão apagada. Não sei como se fazem essas coisas, Não as conheço em sua origem, Quando o antes era somente o nada. Trago no bolso migalhas de pão da última ceia… Nas paredes velhos sonhos naufragam em vinho Enquanto o céu se fecha na sala de jantar. Parece que tudo estava ali: o pão, o vinho e eu Servindo o meu passado Como se fosse um estranho. Por José Saddock de Albuquerque

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