quinta-feira, 3 de novembro de 2011

I Paralisação de estagiários da UFMG . PROEX e PROGRAD

O que significa ser estagiário na UFMG? "R$360,00 é mendigarem" O que representa a remuneração de R$360,00 diante do nosso processo de vivência universitário (transporte, saúde, alimentação, vestuário e etc). Esse valor vem suprir o que? E se tem como objetivo cumprir algo consegue cumprir? ... • Trabalhar em todos e quaisquer setores da Universidade? • Cumprir cargos e vagas administrativas que a Universidade não tem disponibilidade de funcionários com seus escassos concursos? • Mão-de-obra barata? • O que significar ser estagiário – Experiência científica, mas é apenas isso? • Temos responsabilidade social diante da extensão, uma vez que prestamos serviço para a sociedade civil. E nossa remuneração simboliza trabalho voluntário! • Porque não temos direito de comer no bandejão como qualquer carente da FUMP? Ser estagiário significa passar no mínimo 08 (oito horas) na universidade e não ter direito nem a uma assistência de alimentação? • Como a FUMP utiliza as pessoas que se declaram carente para as funções administrativas da UFMG? • Estagiários da extensão em sua grande maioria trabalham fora da Universidade. E por quê não ter direito de auxilio transporte? • Hoje a Reitoria oferta 900 (novecentas) bolsas de extensão. Isso significa que a remuneração é retirada diretamente de seu tesouro. Excluindo as bolsas que são custeadas diretamente pela União. Na “X jornada de Extensão” foi questionado o valor de R$360,00 das bolsas pagas pela Universidade. A Pró-reitora de extensão disse que a UFMG fez a escolha de manter o valor da bolsa do MEC, ou seja, porque dar pão para uns, melhor todos comerem migalhas. Será? ********************************************************** Carta aberta aos Estagiários do PROGRAD E PROEX. O que significa ser estagiário do PROGRAD (Programa de Graduação) e PROEX (Programa de Extensão) e porque o valor da bolsa é de R$360,00? Essa carta vem questionar publicamente o valor da bolsa dos estagiários e expõem como nossas necessidades não podem ser supridas com o valor de R$360,00 dentro da Universidade. Ciente que a bolsa tem como proposta manter uma condição mínima de sobrevivência do estudante, ou seja, transporte, saúde, alimentação, vestuário e etc, em Belo Horizonte, uma das capitais de maior custo de vida do país. Mas, o que é ser estagiário na UFMG? Experiência científica, ótimo. Mas é apenas isto? Trabalhar em todos e quaisquer setores da Universidade? Cumprir cargos e vagas administrativas que a Universidade não tem disponibilidade de funcionários com seus escassos concursos? Ciente de que não temos órgãos de representação dos estagiários junto às Pró-reitorias e órgãos que administram a proposta de estágio na UFMG, percebemos o grande motivo da nossa dificuldade de dialogo e reivindicações de direitos, benefícios e posturas quando falamos enquanto estagiários. Na verdade não existe nenhum espaço de voto e veto nos espaços de decisão e proposição. Fica difícil imaginar como seria nossa participação com uma reitoria que diz ser democrática e dá apenas 15% (quinze por cento) de representação para todos os estudantes da UFMG nos espaços de decisão. É de suma importância dizer que estamos falando de dentro de uma Universidade pública brasileira, que tem um programa de assistência estudantil administrado por uma Fundação (FUMP) e, alguns poucos podem dizer que, o processo de assistência estudantil não entra no debate dos estagiários. Muito pelo contrário. São exercícios de reflexão como este que nos ajuda a analisar quem são os estagiários dentro da Universidade e de que forma suas funções estão sendo cumpridas ou extraviadas diante da proposta de estágio enquanto ensino, prática de pesquisa e extensão. Sabemos que tanto a UFMG quanto suas fundações utilizam os estagiários não apenas em projetos de pesquisa, mas também, em desempenho de funções estritamente administrativas e burocráticas. Vários estudantes se submetem a isto por sobrevivência, uma vez que a assistência estudantil é falha e não cumpre o papel de dar condições mínimas de permanecia dos estudantes carentes na Universidade. Legalmente todos os carentes devem ter direito à assistência estudantil, mas, na UFMG, ser carente significa passar por um processo de triagem de uma Fundação que estabelece se este tem o não direito às bolsas de quantidades definidas, ou seja, o direito deve ser disputado. Se as bolsas de estágios não atendem nossa manutenção dentro da Universidade, e os nossos serviços enquanto estagiários são cada vez maiores, uma vez que o projeto gestor da CAPES e CNPQ exige cada vez mais publicação e pesquisa aos nossos professores, em conseqüência, somos sobrecarregados também e, muitas vezes, temos que levar serviço para casa e ficar trabalhando nos finais de semana, já passou da hora dos valores das bolsas serem ajustados e corresponderem à nossas tarefas desenvolvidas. Outro sério problema é o fato de não termos direito à alimentação e transporte. Nossa alimentação deve ser do mesmo valor dos carentes da FUMP, uma vez nossa permanência na UFMG chega a ser de no mínimo 8h (oito horas). Atualmente não temos direito a se quer um lanche nos estágios que duram cerca de 4h (quatro horas). No caso do transporte, sabemos como o deslocamento é oneroso em nosso cotidiano e não temos nenhum tipo de auxilio. Sem esquecer do caso mais especifico da Extensão que só agrava a situação, uma vez que a UFMG faz projetos e convenio em outras cidades e lugares de difícil acesso para o estudante, e este tem que custear deslocamento de até quatro ônibus por dia, não tendo nenhum auxílio. Diante de todos estes fatos, fica claro que a UFMG não tem coerência em estabelecer setores que os estudantes devem cumprir suas funções. Um exemplo são as bolsas que a FUMP oferece para os carentes trabalharem nas bibliotecas, serviço esse que os leva à ações braçais, matando a proposta enquanto estágio. Contudo podemos dizer que ser estagiário aqui dentro, significa trabalhar em todos os setores e cumprir qualquer tipo de atividade, tornando o estágio uma proposta horizontal onde este cumpre locos deixado pela assistência estudantil, atividades de funcionários federais entre outras. Pedimos então, que seja revista com urgência as condições de trabalho e pagamento dos Estagiários, esta classe que tanto tem contribuído para o crescimento científico da UFMG. ************************************************************* Pauta da Assembleia. • Imagem e frases – Mendigos. • O que significa ser estagiário na UFMG. • Investimento em infraestrutura X Capital Humano. • Estagiários da FUMP. • Estagiários X Funcionários Públicos. • Carta PROGRAD E PROEX • Paralisação Ata da Assembleia dos Estagiários da UFMG, realizada no dia 27 de outubro de 2011, no Restaurante Universitário, campus Pampulha da UFMG. Iniciou as 13h. Marcia: falou sobre o valor da bolsa de R$360,00 e como está insatisfeita com sua remuneração. Pediu para encaminhar cartas e demais materiais para seu email, além de adiciona-la no grupo do Facebook que discute o cotidiano dos estagiários na UFMG. Ulisses: Após ler a pauta da Assembleia questionou se alguém queria adicionar outro ponto e o silêncio foi resposta. Comentou o que é ser Estagiário da UFMG, utilizando questões já expostas na carta que foi espalhada nas Faculdades, Institutos, Bandejão - campus Pampulha da UFMG, além de grupo de e-mail e facebook. Levantou o primeiro ponto da pauta da assembleia e perguntou sobre a utilização da imagem e fases sobre mendigos. Lisa: Disse que realmente não devemos estabelecer um paralelo de igualdade diante de um mendigo e por isso é um problema apropriar imagens e frases. Samuel: questionou se não poderíamos apropriar outra imagem, como escravos, pois nosso serviço está sendo explorado. Ulisses: Disse que não poderia apropriar a imagem de escravos, pois historicamente não compete um paralelo, uma vez que por menos que somos assistidos, não podemos nos comparar com escravos por causa da liberdade. Mendigos não são assistidos pelo poder público. Mesmo que nos estagiários somos mal remunerados e nossa bolsa não cobre nem nossa subsistência, não podemos nos comparar a um mendigo e nem mesmo a escravos. Daniel: Disse que tem um desenho que poderia ser utilizado e iria colocar na face book e era uma imagem de um cachorro. Samuel: propôs que deveríamos utilizar frases explicitando exploração dos trabalhos de nós estagiário da UFMG. E deu como exemplo de exploração dos estagiários, carentes na Universidade Federal de Viçosa. Estes servem comida no Restaurante Universitário. Franz: Concordou com a fala de Samuel e disse que acharemos uma imagem na internet. Ulisses: Comentou que o grupo “Levante” postou no face, uma proposta de dar uma oficina de tambor e extensio e disse que talvez poderíamos tirar um extensio como logo do movimento em substituição a imagem do mendigo. Mesmo assim disse que adora a imagem do mendigo e entende a modificação. Disse que temos que avançar na assembleia e que deveríamos passar para outros pontos. Então propôs discuti as questões referentes à composição da carta que iremos enviar para o PROEX e PROGRAD na próxima semana. Falou sobre o investimento da Universidade na construção dos prédios (infraestrutura) e aumento de 36 para 60mil estudantes nos últimos cinco anos na UFMG. Evidenciando que dever conter na cartar investimento no “capital humano” e como estagiários professores e funcionários estão sendo sobrecarregado de trabalho na Universidade, fruto dos processos gestores do CNPQ, FAPEMIG e expansão da UFMG. Lisa: Disse que temos que olhar o caso das bolsas temporárias de estágio na UFMG, pois existem projetos como “Conexão de saberes”. Esses projetos fazem parte de programas do Governo Federal e suas bolsas são temporárias e quando termina, reduz a quantidade de bolsa de estágio e investimento na Universidade nesses segmentos. Andressa: Acrescentou que não podemos perder de foco o REUNI, pois o numero de investimento cresceu muito e estamos passando por um momento de transformação na Universidade nesse momento. Ulisses: Disse que esses pontos devem ser incorporados na carta. Daniel: colocou em discussão os estagiários da FUMP e como os as pessoas que a FUMP seleciona enquanto carente, trabalha nas bibliotecas, realiza serviço apenas administrativo e braçal. E essas atividades não coaduna com o que prepõem plano de estágio na Universidade. Ulisses: Disse que conseguiu duas falas de dois estagiários da FUMP, que acha ser interessante compor a carta. Uma estagiária já trabalhou na biblioteca e a outra trabalha na secretaria de um curso no ICEX. Samuel: informou que na próxima quinta feira terá conselho universitário aberto e é um bom ambiente para entregarmos a carta e expor a situação dos estagiários da UFMG. Também encaminhou a proposta de convidar todos os estagiários para participar das reuniões, uma vez que é aberto e seria uma manifestação na reunião. Ulisses: Concordou e disse que deveríamos por enquanto adiar a proposta paralização do dia 01 de novembro e passar para o dia 14 de novembro, uma vez que estamos em processo de organização e acumulo. Franz: Questionou que temos que colocar na carta sobre o Direito Autoral, pois estagiários realizam grande parte das pesquisas e alguns professores apenas pegam os materiais feitos pelos estagiários e publica, recebendo crédito como todo o trabalho fosse feito apenas pelo professor. Lisa: Acrescentou que vários estagiários cumprem mais de uma funções, fazemos trabalho de design, secretário, publicitário e levando atividades para casa, ou seja, serviço extra que fazemos fora de nosso horário por causa da sobrecarga dos serviços. Ulisses: Disse que seria uma ótima frase de efeito para utilizarmos na campanha, “Estagiário não é secretário”, pois tem professores que explora, fazendo o estagiário comprar café, salgado e resumo de texto para o mesmo, entre outras atividades que não são de sua competência. Daniel: Sabemos que a biblioteca só funciona por causa dos estagiários e funcionários terceirizados. A universidade não tem funcionários quase nenhum. Ulisses: Outro elemento que não podemos deixar de fora da carta é sobre a questão dos concursos federais para funcionários. Aspecto sobre essa mutação no mundo do trabalho, como terceirização deve também entrar na carta. Pois é reflexo direto em nossos serviços, principalmente nos locais que a FUMP estabelece como exclusividade dos estagiários assistidos por essa fundação. Pontos para compor a carta para o PROGRAD e PROEX. • A biblioteca só funciona com estagiários e terceirizados. • Direito autoral • Acumulo de função (secretario publicitário...) • Comparar valor da bolsa de Estágio com processo inflacionário • Número de Estagiários e aumento de número de estudantes e cursos na UFMG. • Bolsas de estágios temporárias através de planos e projetos federais, representando corte de verbas e diminuição vagas de estágios na Universidade. • Relacionar, identificar e analisar processos implantados pelo Reuni na UFMG e reflexos diretos de estágio. • Estagiários da FUMP, serviços burocráticos e administrativos. (sessão de ensino, colegiados e bibliotecas). • Experiências de exploração do trabalho dos estagiários em Viçosa. Estes são utilizados para servir comida no Restaurante Universitário. Deliberações da Assembleia dos Estagiários. • Mudança da Imagem e Frases dos mendigos. • Discutiremos pela face, adesão de novas imagens para a campanha. • Utilizar frases que expressem: exploração do trabalho, remuneração não cobre (alimentação, transporte, vestuário e etc). • Escrever a carta para a PROGRAD e PROEX até 01/11/11. • Convidar os estagiários da UFMG para participar do Conselho Universitário aberto que acontecerá no dia 03/11/11. • Entrega da Carta no Conselho Universitário do dia 03/11. • Mudança na data da paralisação dos estagiários para o dia 14/11/11. Participantes da Assembleia. • Marcia Dias • Matheus • Ellen Naiara • Samuel Drummonel • Franz Galvão • Andressa Moreira • Kelly Amaral Freitas • Daniel Dalsseco • Danielle França Chagas • Luciléia Silva • Ulisses Manoel

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